Neste ano o estado do Paraná conquistou mais uma importante vitória em relação ao armazenamento de agrotóxicos: o lançamento de uma campanha inédita para incentivar o recolhimento e destinação adequada do hexabenzeno de cloro (BHC). Esta inciativa representa mais uma importante ação ambiental do Estado que é o segundo colocado, desde 2003, no ranking nacional de recolhimento de embalagens de agrotóxicos vazias.
O BHC está proibido há mais de 20 anos no Estado, mas ainda pode ser encontrado em propriedades rurais do Paraná. O Instituto de Águas do Paraná/Suderhsa, autarquia da Secretaria do Meio Ambiente que coordena o Programa de Recolhimento de Agrotóxicos no Paraná, estima que existam entre 1,5 a 2 mil toneladas de BHC nas propriedades rurais paranaenses.
Nossa grande dificuldade para a remoção desse passivo ambiental estava na logística. Com o apoio dos agricultores, sindicatos rurais e técnicos estamos promovendo uma verdadeira limpeza ambiental no Estado. O recolhimento do BHC representa um marco das ações ambientais desenvolvidas pela atual gestão.
Já no início da campanha, 27 agricultores foram cadastrados para a retirada e em apenas dois dias, esse número subiu para 47 propriedades, que estavam aptas para o recolhimento dos agrotóxicos. Portanto os agricultores estão realmente confiando no nosso trabalho e, com isso, estamos promovendo a destinação correta em relação aos produtos obsoletos.
O BHC, ao entrar em contato com a pele, pode causar danos irreversíveis ao sistema nervoso central do homem. Entre os sintomas estão convulsões, dores de cabeça, tremores, arritmia e até morte. Para o meio ambiente, se entrar em contato com o solo, o BHC pode contaminar a terra por mais de 100 anos.
A retirada da primeira carga do produto só foi possível graças ao Projeto de Lei 52/2008, que prevê período de autodenúncia de seis meses para os produtores rurais que ainda possuem BHC estocado.
Antes disso, muitos agricultores com medo de serem penalizados pelo armazenamento de produto ilegal, conforme prevê a Lei de Crimes Ambientais, mantinham o estoque em sigilo contaminando o meio ambiente no local onde vivem. Por isso, estamos orientando todos os nossos agricultores para que não tenham medo de fazer a autodenúncia, porque a lei foi muito bem discutida por todos os setores.
Para reforçar essas ações levamos essa discussão ao Conselho Estadual do Meio Ambiente (CEMA) que também prontamente lançou o “Manual de Orientação para Acondicionamento, Transporte e Destinação do BHC e Agrotóxicos e Proibidos”, elaborado com o intuito de orientar sobre todos os procedimentos legais, desde o armazenamento, transporte e meios de proteção para manipular o BHC e outros agrotóxicos.
Precisamos lembrar sempre que a saúde humana e a saúde ambiental estão diretamente relacionadas e o recolhimento do BHC é mais um passo positivo que neste sentido. Portanto, é com muita satisfação que informamos aos leitores do Portal Dia de Campo que o BHC está com os dias contados no Paraná.
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