É com grande prazer que iniciamos nossa coluna no Portal Dia de Campo e mensalmente falaremos sobre algum tema de interesse dos nossos leitores. Nessa edição, falamos sobre logística de transporte, tema que traz grandes reflexões por parte dos produtores brasileiros, notadamente pelos do Centro-Oeste e Norte-Nordeste. Alguns estados com situações melhores e outros piores.
O estado de Mato Grosso é um dos que tem maiores dificuldades nesse sentido, com poucas rodovias federais, pequena malha rodoviária estadual pavimentada, ferrovia incipiente e ainda nenhuma hidrovia em franca operação. Os altos custos de fretes, cuja base é o modal rodoviário, inviabilizam a agricultura exatamente na região onde existe grande potencial de aumento de produtividade e de produção no país.
Diante dessa precária situação, as instituições organizadas do Estado, Federação da Agricultura, Federação das Industrias, Federação do Comércio, Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja do Estado de Mato Grosso), Ampa (Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão), Acrimat (Associação dos Criadores de Mato Grosso), OCB/MT (Organização das Cooperativas do Estado de Mato Grosso), AMM (Associação Mato-grossense dos Municípios), CREA/MT, Instituto Ação Verde e Frenlog (Frente Parlamentar de Logística, Transportes e Armazenagem do Congresso Nacional) criaram o Movimento Pró-Logística, que tem como missão articular junto aos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário soluções para os entraves que impedem a implantação e conservação dos diferentes modais de transporte.
O Movimento priorizou as seguintes obras rodoviárias: conclusão da BR163, ligando Cuiabá/MT a Santarém/PA, por onde embarcará seus produtos em direção ao oceano ou ao Porto de Vila do Conde, próximo de Belém, e de lá em navios de grande porte aos mercados asiático ou europeu; conclusão da BR158, ligando a região leste do Estado ao porto de Marabá/PA, onde pela hidrovia Araguaia Tocantins poderá chegar à Vila do Conde, ou por ferrovia ao porto de Itaqui/MA; implantação da BR242, ligando a BR163 à BR158 e na sequência à ferrovia Norte Sul ou à Hidrovia Araguaia Tocantins; implantação da Ferrovia Centro-Oeste, ligando Uruaçú, em Góias, à Vilhena, em Rondônia, entrando no Mato Grosso por Água Boa, passando por Lucas do Rio Verde, Campo Novo dos Parecis de lá para Vilhena; implantação da Hidrovia Teles Pires-Tapajós, ligando Sinop/MT a Santarém/PA (esse modal se configurará na maior conquista do setor produtivo, pois possibilitará uma redução do custo por quilômetro da ordem de 70%).
Com a implantação desses modais haverá concorrência e, por consequência, redução dos custos de fretes, colocando o estado de Mato Grosso em condições de competitividade com Estados Unidos e Argentina, nossos maiores concorrentes. Sem dúvida, essa implantações beneficiarão todos os seguimentos da economia, indústria, comércio e turismo. Até a próxima edição!
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