As parasitoses causam severos prejuízos à pecuária, muitos deles bem conhecidos dos produtores, como a redução do ganho de peso dos animais e o emagrecimento progressivo, os quais promovem perdas de desempenho e de eficiência reprodutiva. Combatendo os parasitos, há incremento na lucratividade dos sistemas de produção. Quando as verminoses estão associadas à presença de carrapatos e de moscas-dos-chifres, as perdas são ainda mais severas. O produtor acaba não alcançando os resultados produtivos esperados com seu rebanho, mesmo realizando pesados investimentos em genética e nutrição.
O avanço tecnológico no combate das parasitoses trouxe os produtos de longa ação, ampliando os períodos de proteção, com maiores intervalos entre tratamentos, o que oferece aos produtores benefícios adicionais, devido a menor movimentação dos lotes e um melhor combate às larvas infestantes ingeridas, que morrem antes de atingirem a fase adulta. As verminoses se dividem em pulmonares ou gastrointestinais, conforme o local onde estão os parasitas adultos. Os efeitos, então, variam desde problemas respiratórios até diarréias de diferentes intensidades.
Embora a maioria das pessoas pense que o impacto dos parasitos sobre o desempenho dos bovinos é resultado da espoliação (consumo de sangue), o principal efeito das parasitoses é a redução do apetite, sendo sua gravidade correlacionada ao grau de infestação. Sua associação à anemia e à diarréia, causa acentuada perda de peso. O animal ao não se alimentar, perde peso. Quanto pior a nutrição dos animais, mais severos os impactos das parasitoses sobre o desempenho animal. A intensidade das perdas será influenciada pela raça e a categoria animal, devido às variações na imunidade do hospedeiro.Animais jovens são menos resistentes que os adultos, sofrendo retardo no crescimento devido às perdas protéicas e de minerais ou pelas alterações hormonais nesta fase. Nos casos mais graves, o desempenho pode ser afetado permanentemente, mesmo após a remoção dos parasitas.
Os benefícios dos programas de controle das verminoses
O tratamento do rebanho e um bom manejo ambiental são as bases de um adequado controle das verminoses, reduzindo a contaminação da pastagem. A epidemiologia, o tipo de parasita, o uso de produtos de qualidade, a adoção do pastoreio misto entre espécies e/ ou categorias e a Integração Lavoura–Pecuária são peças estratégicas para o sucesso destes programas. O somatório destes efeitos gera melhores desempenhos e maior rentabilidade dos sistemas de produção.
A ivermectina (IVM) revolucionou a pecuária pela sua eficácia, potência, amplo espectro, segurança de uso e período de ação, eliminando vermes pulmonares e gastro-intestinais, berne, carrapato, piolhos e sarnas, com impactos positivos na produtividade dos rebanhos. Além do controle de parasitas, a IVM oferece outros benefícios aos produtores. Mejía et al. (1999), observaram que seu uso contínuo antecipou em três semanas o início da puberdade em novilhas quando comparadas às não tratadas (30,4 versus 33,7 semanas, respectivamente), independente do peso corporal.
A IVM estimulou o eixo hipotálamo – hipofisiário, desencadeando o início da atividade sexual. Além dos cios precoces, o tratamento contínuo com IVM proporcionou uma maior taxa de crescimento corporal e da área pélvica das novilhas, o que facilita o parto e a sua vida produtiva. Da mesma forma, Whittier et al. (1999) observaram uma maior dinâmica folicular nos ovários de novilhas que receberam IVM do que as tratadas com albendazole ou sem tratamento. Todos estes efeitos foram independentes do peso corporal.
Um teste feito pela Novartis (dados não publicados, 2006) avaliou o ganho de peso de novilhas tratadas com Megamectin® 3.5 versus uma formulação comercial IVM a 1%, mantidas nas mesmas condições. O peso dos lotes ao início do teste era semelhante (215 x 214 quilos – P<0,10), porém após 81 dias o grupo Megamectin 3.5 já apresentava um ganho de peso 21 quilos superior (61 x 40 quilos), com peso final de 276 x 254 quilos (P<0,05). O ganho diário médio foi de 0,755 x 0,494 quilos por dia (P<0,001) nos tratamentos Megamectin® 3.5 e IVM 1%, respectivamente.
Os benefícios da precocidade sexual se refletem a curto, médio e longo prazo na vida produtiva das vacas, com uma maior produtividade durante sua vida. Vacas que dão a luz ao início da estação de parição têm um período de puerpério mais adequado para se restabelecer e melhores condições para repetição de cria (Leismester et al, 1973). Produtos de valor agregado favorec
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