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As estimativas de estoque de carbono obtidas, considerando os quatro grupamentos, apresentam valores próximos entre si e com a estimativa já obtida. Exceto a estimativa obtida para o terceiro grupamento (diferentes usos e biomas). Porém uma análise mais detalhada dos resultados mostra que a base de dados disponível apresenta lacunas que impedem a estimativa robusta do estoque de carbono dos solos do Brasil considerando a distribuição das classes de solos em todos os biomas do território nacional e os diferentes tipos de uso do solo.
A formação de um banco de dados de solos em nível nacional e a adição de novos perfis, prioritariamente nas regiões aonde se tem deficiência de informação, irá permitir uma avaliação mais precisa dos estoques de carbono no Brasil. Além dos dados de carbono, o banco de dados utilizado apresenta outras variáveis de solos que podem ser utilizadas para estimativas dos fatores de emissão, juntamente com variáveis climáticas. Permitindo o uso dessa base para estudos de modelagem de diferentes cenários.
O aumento da concentração de gases de efeito estufa na atmosfera e sua influência sobre as mudanças climáticas globais suscitaram o interesse internacional sobre a dinâmica de entrada e permanência do carbono na atmosfera. A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, criada em 1992, da qual o Brasil é signatário, requer dos países membros a realização de inventários periódicos de emissões de gases gerados por atividades agrícolas, industriais e urbanas.
Os solos representam um importante componente no ciclo biogeoquímico do carbono, armazenando cerca de quatro vezes mais carbono que a biomassa vegetal e quase três vezes mais que a atmosfera.
As principais fontes e sumidouros de dióxido de carbono nos solos estão associadas às mudanças na quantidade de carbono orgânico estocada. O aumento ou diminuição deste estoque depende da quantidade e qualidade da matéria orgânica que entra no solo, os quais, junto à taxa de decomposição, são determinados pela interação entre clima, atributos do solo, e uso e manejo das terras, levando-se em conta seu histórico de uso.
Em ecossistemas não alterados pela ação humana, as condições de clima e solo são os principais determinantes do balanço de carbono porque eles controlam as taxas de produção e decomposição. Em sistemas agrícolas, o uso da terra e seu manejo modificam a entrada de matéria orgânica devida à produção de resíduo, ao tipo de cultura, à fertilização e aos procedimentos de colheita.
Devido à dificuldade na obtenção de medidas diretas de mudança de carbono no solo, reconhecem a importância da estimativa do estoque de carbono dos solos para o inventário. Estimativas de estoque de carbono nos solos do Brasil, em nível nacional, são poucas e se deparam com a falta de informações disponíveis sobre a quantidade de carbono orgânico nos solos sob diferentes usos e em diferentes regiões do Brasil.
Estimaram-se que o estoque de carbono nos solos no Brasil, até uma profundidade de um metro, é de 72 Pg, combinando diferentes associações de solo/vegetação com dados de bases de solos, estimaram que os solos brasileiros apresentam 36,4 mais 3,4 Pg de carbono entre 0 e 30 centímetros.
Para esta estimativa, utilizaram uma classificação simplificada de solos, agrupando os solos brasileiros em seis classes. A Embrapa Solos organizou uma base de dados de solos, “SIGSOLOS”, com a finalidade de potencializar o armazenamento, a manipulação e a disponibilização das informações existentes sobre os solos brasileiros.
Essa base é composta por informações oriundas de levantamentos de solos, teses e artigos científicos publicados no período de 1958 a 2001, provenientes principalmente da Embrapa Solos.
Utilizando as informações disponíveis nesta base de dados de solos, foi desenvolvido com o objetivo de estimar o estoque de carbono no solo no Brasil considerando os diferentes tipos de solo sob diferentes sistemas de uso e distribuídos nos diversos biomas brasileiros.
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