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Kamila Pitombeira
25/07/2011
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O manejo da uva exige muitos cuidados e alguns deles devem começar antes mesmo da instalação do parreiral. Para começar, o produtor deve fazer uma análise de mercado e conversar com os futuros compradores. Além disso, é necessário se informar sobre pragas, doenças e clima da região. Segundo Samar Velho, pesquisador em fitotecnia da Embrapa Uva e Vinho, a época ideal de plantio da uva varia em função do tipo de muda. Se o produtor trabalha com muda de raiz nua, obrigatoriamente o plantio deve ser feito no inverno. No entanto, se é uma muda de torrão, o plantio pode ser feito em qualquer época do ano, evitando sempre as épocas de mais calor.
— Para a instalação do parreiral, é importante a realização de um projeto na área de vitivinicultura. O produtor deve fazer uma pesquisa de mercado e saber quais cultivares ele pode plantar para lhe dar retorno econômico. Isso só é possível fazendo uma pesquisa de mercado — afirma o pesquisador.
De acordo com ele, também se deve levar em consideração no momento de escolha dessas cultivares as características do local. O produtor deve se informar sobre quais são as doenças que costumam ocorrer naquela localidade e quais são as temperaturas mínimas e máximas, além de qual o regime de precipitação que ocorre na região. Além disso, é necessário ter atenção também à questão da adubação.
— É importante frisar que a adubação tem que estar sempre atrelada à análise de solo. De preferência dois anos antes da instalação do parreiral, o produtor deve fazer uma análise de solo, pedir orientação de um agrônomo e, de acordo com as recomendações desse profissional, proceder à adubação e a calagem na área, que devem ser feitas com um período mínimo de seis meses antes do plantio — orienta.
Para escolher o melhor tipo de uva para a plantação, Samar conta que o agricultor deve conversar com os demais produtores da região. Assim, ele consegue ter uma base de quais são as variedades que têm melhor adaptação. No entanto, ele precisa conversar com os futuros compradores fundamentalmente, segundo ele.
— É importante ter em mente que, além das cultivares tradicionais que existem para suco, mesa e vinho, também existem novas variedades que estão sendo lançadas no mercado as quais ele pode utilizar no sentido de diversificar a produção, além de aumentar o período de colheita ao longo do ano — diz.
Para o pesquisador, a renovação do parreiral é muito importante porque cada vez mais crescem os problemas de fungos de solo e problemas de contaminação por metais pesados devido à utilização de fungicidas ao longo de muitos anos.
— A renovação não é uma coisa muito simples porque, em geral, um parreiral que foi utilizado por 20 ou 30 anos, normalmente acumulou alguns patógenos de solo e metais pesados. No momento de fazer a renovação, a muda nova que será implantada não tem resistência suficiente para sobreviver a essas condições, enquanto que uma planta adulta já adquiriu certa resistência. Então, é importante que o produtor faça alguns procedimentos no momento de fazer a renovação — explica.
Esse trabalho, de acordo com ele, consiste em fazer um pousio de pelo menos dois anos. Nesse período, ele deve praticar a adubação verde, cultivando espécies gramíneas e leguminosas na área para favorecer a incorporação de material orgânico no solo e diminuir o potencial de contaminação por fungos e materiais pesados.
— Depois disso, ele pode voltar a fazer a instalação de parreirais novamente naquela área — diz.
Para mais informações, basta entrar em contato com a Embrapa Uva e Vinho através do número (54) 3455-8000.
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