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     22/11/2024            
 
 
    

O solo é um dos recursos naturais mais degradados em todo o planeta. A falta de uso de técnicas conservacionistas é apontada pelo pesquisador Henrique Antunes, da Embrapa Meio-Norte, como um fator determinante para o quadro de degradação. A desertificação, que ganha corpo no Nordeste brasileiro, é o principal entrave que inviabiliza as atividades agrícolas e pecuárias, segundo o cientista.

No mapa da desertificação do semiárido brasileiro, traçado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, existem seis núcleos que mostram bem como o problema afeta diretamente a economia nordestina. Os núcleos são os seguintes: 1º Cabrobó (Pernambuco), 2º Gilbués (Piauí), 3º Inhamus (Ceará), 4º Irauçuba (Ceará), 5º Jaguaribe (Ceará) e 6º Seridó (Paraíba e Rio Grande do Norte).

São 59 municípios inseridos no perímetro, segundo o Instituto Nacional do Semiárido (Insa), Unidade de Pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. No Ceará, estão 12 municípios, na Paraíba 28, no Rio Grande do Norte 6, em Pernambuco 6 e no Piauí 7. A área total chega a 68.500 quilômetros quadrados. Em todo o Brasil, as áreas que podem ter desertificação, ocupam, segundo o Ministério do Meio Ambiente, cerca de 1,3 milhão de quilômetros quadrados.

O último Atlas das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Brasil, editado pelo Ministério do Meio Ambiente, cita que 180 mil quilômetros quadrados “já se encontram em processo grave e muito grave de desertificação, concentrados principalmente nos estados do Nordeste”. O documento cita também que pelo menos 30 milhões de pessoas podem ser atingidas diretamente por essa deterioração ambiental.

Henrique Antunes aponta “o não suprimento adequado de nutrientes” na agricultura como um problema grave. Diz ele: “Toda vez que colhemos alguma cultura agrícola (produção vegetal e produção animal) estamos acima de tudo retirando das áreas cultivadas nutrientes. A não reposição adequada deles culmina com a perda da fertilidade do solo. Portanto, práticas como adubação são necessárias para a evitar a perda da fertilidade do solo e a manutenção de patamares produtivos satisfatórios”.

Ao lembrar que o “solo é a base para todas as atividades humanas e, principalmente da agropecuária”, o pesquisador defende um melhor conhecimento das práticas adequadas de uso dos solos. Para ele, essa iniciação deve começar na educação formal, em níveis fundamental, médio e superior.

Com o tema Uso Sustentável do Solo para Segurança Alimentar no Nordeste Brasileiro, cientistas, professores e estudantes vão se reunir na IV Reunião Nordestina de Ciência do Solo, de 27 a 30 deste mês, em Teresina (https://www.embrapa.br/meio-norte/rncs). O evento, que terá a participação de pelo menos 350 pessoas, vai acontecer no Blue Tree Towers Rio Poty, no bairro Ilhotas, na zona sul da capital do Piauí. A reunião é uma realização da Embrapa Meio-Norte.

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