Seagri/AL 11/10/2011

O Programa de Inclusão Produtiva e Desenvolvimento das Capacidades Locais está avançando em Alagoas, por meio da instalação de bancos comunitários de sementes e bancos comunitários de ferramentas, numa ação coordenada pela Secretaria de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário (Seagri).
 
O programa pretende fortalecer e implantar 600 bancos comunitários de sementes e 150 bancos de ferramentas. “Dessa forma, vamos dar ao agricultor mais autonomia, pois ele vai ter as sementes à sua disposição quando precisar, além de preservar as sementes com propriedades locais, chamadas de sementes crioulas”, explicou o secretário de Estado da Agricultura, Jorge Dantas.
 
Além de apoiar a instalação das unidades, ceder máquinas e ferramentas, a Seagri, por meio de entidades credenciadas, está capacitando agricultores e jovens do campo na gestão dos bancos de sementes e na confecção de silos de zinco, utilizados no armazenamento das sementes crioulas.
 
Até agora, mais de 400 capacitações já foram realizadas. Uma delas ocorreu neste fim de semana, em Pão de Açúcar, para cerca de 40 jovens. Segundo Klédson Moreira, membro da Central Estadual das Associações de Agricultores Familiares (Ceapa), 34 bancos comunitários de sementes serão instalados em Pão de Açúcar.

“A capacitação disseminou uma cultura que está se acabando, que é a confecção de silos. Os instrutores eram dois senhores de São José da Tapera. E os silos conservam as sementes por dois ou três anos”, explicou. De acordo com ele, os 34 bancos vão receber 68 silos, cada um com capacidade para seis sacas de sementes. Os principais tipos de sementes armazenadas são feijão e milho.
 
“É importante para esses agricultores aprenderem a construir os silos de zinco, pois assim eles se tornam mais independentes e fortalecem suas associações e comunidades aumentando o número de silos de acordo com suas necessidades”, disse o articulador da capacitação em Pão de açúcar, Klédson Moreira.
 
Projeto atende demanda de agricultores – “De certa forma, a realização desse projeto é resultado do diálogo entre a sociedade e o governo, pois não adianta apenas distribuir sementes, é preciso criar alternativas de convivência”, disse o coordenador da Cooperativa dos Bancos Comunitários de Sementes (Copabacs), Mardônio Alves.
 
“Nessas capacitações, discutimos a importância da semente como política pública, falamos sobre a Lei Estadual de Sementes, sobre o Programa de Distribuição de Sementes, gestão dos bancos, armazenamento do produto, resgate das variedades crioulas e uso sustentável dos recursos naturais”, continuou Mardônio Alves.
As sementes crioulas são aquelas produzidas pelos próprios agricultores, já adaptadas a cada região. Elas são diferentes das sementes comerciais produzidas e vendidas em lojas. As crioulas são desenvolvidas na própria região do agricultor e são adaptadas ao semiárido, ao solo e ao clima. Entre elas, há principalmente sementes de feijão, mas também existem de milho, fava, abóbora, melancia, entre outras espécies.
 
São as seguintes as entidades credenciadas pela Seagri para realização das oficinas com os agricultores: Cooperativa dos Bancos Comunitários de Sementes (Copabacs), Federação das Associações Comunitária de Ouro Branco (Facob), Central Estadual das Associações de Agricultores Familiares (Ceapa), Associação de Agricultores Alternativos (Aagra), Centro de Apoio Comunitário de Tapera em União a Senador Rui Palmeira (Cactus) e Fundo para o Desenvolvimento da Agricultura Familiar (Fundaf).