O queijo Minas artesanal produzido em regiões típicas de Minas Gerais, como a região da Serra da Canastra, composta pelos municípios de Bambuí, Delfinópolis, Medeiros, Piumhi, São Roque de Minas, Tapiraí e Vargem Bonita, tem sido exaustivamente estudado por especialistas nos últimos anos. Esse tipo de queijo só é produzido na região da Serra da Canastra, onde se combinam, de maneira única, solo, pastagens, clima, relevo, altitude e água.
Nos últimos anos, vários estudos têm sido realizados com o objetivo de caracterizar a produção do queijo Minas artesanal. Porém, ainda carecem de informações, tais como: tipo e quantidade de resíduo gerado, bem como o destino dado a estes resíduos e os possíveis impactos ambientais. Isso é essencial neste momento, quando buscam alternativas que possibilitem redução da contaminação ambiental e melhor qualidade de vida. É importante conhecer e melhorar o manejo de resíduos, buscando o não comprometimento ambiental e a melhoria das condições de vida da população do entorno, sem comprometer, ainda, as características próprias de identidade e qualidade do queijo Minas artesanal.
Diante dessa necessidade, o Instituto de Laticínios Cândido Tostes, unidade da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais, esta fazendo um diagnóstico ambiental da produção de queijo Minas artesanal, através do projeto “Avaliação de Impacto Ambiental na Região da Canastra: Gestão e Manejo de Resíduos na Produção do Queijo Minas Artesanal”, que tem como objetivo principal identificar os tipos de resíduos gerados no processo de fabricação e verificar o manejo desses materiais. Para isso, foram selecionadas seis queijarias que serviram de base para a apuração de dados.
O projeto conta com recursos da Fundação de Amparo á Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e está em fase final. Na primeira visita à região, no município de Medeiros, foi aplicado um questionário estruturado para avaliar o perfil dos produtores. Na segunda etapa, foi feita a verificação do processo produtivo, para avaliar os aspectos e possíveis impactos ambientais. As análises físico-químicas do efluente, necessárias para identificar o potencial poluidor, foram realizadas em épocas de seca e chuva.
O projeto também visará à difusão de conhecimento a respeito da importância de práticas como a redução, reutilização e a reciclagem de resíduos gerados em toda a cadeia produtiva de queijos artesanais. Os resultados obtidos serão de grande valor para elaboração de um sistema de gestão e manejo de resíduos para a citada região, podendo ser posteriormente adotados em pequenas queijarias, representando uma oportunidade de levar ao pequeno produtor a importância de se produzir de forma a causar um menor impacto ao meio-ambiente.
Artigo originalmente publicado em 14/10/2011
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