Até começar a trabalhar na área de comunicação da Embrapa Pantanal, em Corumbá, em março de 2007, minha relação com os peixes era puramente gastronômica. Se participei de pescarias duas ou três vezes na vida, fora muito.
Mas eles sempre estiveram no topo das minhas preferências ao consultar cardápios em restaurantes. Peixe: objeto de desejo.
Há quatro anos, minha percepção sobre peixes começou a mudar. Conheci pesquisadores incríveis, que dedicam anos de trabalho para conhecer mais a respeito deste animal e do ambiente em que ele vive. Cheguei a acompanhar uma vez uma coleta de peixes para a pesquisa, na Baía do Tuiuiú, um lugar lindo, a que poucos brasileiros têm acesso. Ali tive contato com espécies minúsculas, do tamanho de uma unha, até outras muito esquisitas, cheias de barbilhões, pintas, dentes e rabos muito “originais”. Vi peixes saltando da água para dentro do barco. Percebi que a coleta é feita de diferentes formas, utilizando instrumentos diversos. Peixe: objeto de aventura.
Em 2010, tive outra experiência envolvendo peixes que me impressionou. Fui convidada para revisar o livro “500 perguntas, 500 respostas sobre pesca e piscicultura no Pantanal”, publicado pela Embrapa Pantanal. Como sempre, a revisão era para ontem!! E o que eu imaginava uma tortura, por não dominar o assunto, se transformou em momentos de puro prazer. Pesquisadores fizeram um livro leve, atraente e saboroso. Perguntas simples, respostas inteligentes. Tive a chance de aprender muito sobre coisas básicas, que todo mortal gostaria de saber, do tipo: peixe pode sentir dor? Como se deve armazenar o pescado na geladeira? Os peixes podem transmitir doenças para os humanos? Do que é feito o caviar? Peixe: objeto de curiosidade.
No começo de março deste ano, minha noção sobre peixes sofreu uma revolução. Tive a oportunidade de fazer a cobertura jornalística de um workshop de avaliação do projeto Aquabrasil. Quarenta cabeças pensantes – a nata da ciência ligada à aquicultura no Brasil – se reuniram em Corumbá para mostrar em que pé andava a pesquisa sobre o tema.
Para quem nunca ouviu falar, o Aquabrasil é um projeto de pesquisa em rede – grande, muito grande –, que vem estudando o melhoramento genético, a nutrição, a sanidade, o manejo e o aproveitamento agroindustrial de peixes em escala nacional. Para se ter uma ideia, mais de cem pesquisadores estão envolvidos. O projeto já recebeu cerca de R$ 12 milhões, desde 2008, e pretende popularizar o consumo do peixe no país, a exemplo do que ocorreu com o frango, há cerca de 20 anos.
Eu sabia pouco do projeto. Muito pouco. Mas o contato com esses pesquisadores me fez perceber a complexidade que existe por trás daquele filé de tilápia que enfeita nossa mesa. Ou do camarão que alegra o estômago. Tive contatos com empresários do setor, gente que investe na criação, no processamento, no transporte e até em franquias para a venda de pratos prontos. Como leiga, pude dizer tranquilamente: É uma loucura a ciência e a tecnologia que há por trás da produção deste alimento. Sem contar que descobri que o peixe não é só alimento: é couro, é fertilizante, é silagem, é agroenergia!!!
Como jornalista, fiquei um pouco incomodada por perceber que essa riqueza de informações ainda está restrita ao meio científico. Entusiasmada, senti vontade de contar para todo mundo aonde o Aquabrasil já conseguiu chegar!! Torço para que a continuidade do projeto tenha um componente de comunicação – com uma equipe trabalhando igualmente em rede–, para levar informações importantes aos brasileiros e para que a aquicultura nacional conquiste o devido valor que merece. Pautas não faltam. Peixe: objeto de conhecimento.
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ceval@portalturbo.com.br
12/04/2011 - 09:35
Ana Maio...jornalista-mestre em comunicaþÒo, assessora da embrapa pantanal. meus parabens pelo interesse do assunto sobre peixe. aqui no querido RIO GRANDE do SUL, nÒo vejo muita divulgaþÒo, ou incentivo sobre tal. um bom trabalho a voce, siga em frente. um abraþo.
Ricardo Soares Cohen
12/04/2011 - 09:35
Prezada Ana Maio, trabalho na Embrapa Pecußria Sul, aqui em BagÚ, RS. Sou zootecnista da geraþÒo 84 e comecei minha vida profissional trabalhando com produþÒo de rÒ. Esta produþÒo faz parte da aquicultura. Gostaria que pessoas como vocÛ, entusiastas do assunto e principalmente como jornalista, pudesse trazer o tema a tela novamente. + muito importante para a naþÒo, pois somos o melhor lugar do mundo para criar rÒs. Veja o que vocÛ pode fazer. ParabÚns pela matÚria. Meu email Ú rcohen@cppsul.embrapa.br Um abraþÒo. R Cohen
Weiilerlacerda@hotmail.com
28/10/2011 - 21:39
ola Ana, parabÚns pelo belo trabalho de DivulgaþÒo sobre Os Peixes, sou estudante de Engenharia de pesca Pela UFPI,gostei muito da sua matÚria.
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