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Emanoel Elzo Leal de Barros
11/10/2012
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O Brasil possui cerca de 230 milhões de hectares de pastagens, deste montante, 150 milhões são de pastagens cultivadas. Porém, 80% deste total são utilizados pelas braquiárias, tendo como principais representantes as B. brizantha cv. Marandu (capim-marandu), B. humidicola (quicuio ou humidícola) e a B. decumbens cv. Basilisk (capim-braquiária), as quais podem ser pastejadas por caprinos e ovinos.
Entretanto, as braquiárias apresentam alguns problemas, dentre os quais as cigarrinhas, a degradação e os casos de fotossensibilização, são de grande importância. A fotossensibilização observada em pastagens de Brachiaria spp. era atribuída à toxina esporodesmina produzida por esporos do fungo Pithomyces chartarum nas pastagens, com alta quantidade de material senescente. Atualmente, a toxicidade para animais em pastagens de Brachiaria spp. é atribuída à presença de uma substância chamada saponina na própria gramínea. Esta intoxicação ocorre em qualquer época do ano, principalmente em bezerros, próximo ao desmame, todavia, ovinos são mais suscetíveis do que bovinos e animais jovens mais do que os adultos.
Desta forma, deve-se buscar manejar adequadamente a braquiária, para que não haja possibilidade de causar este mal, cujo sintoma principal é a irritação da pele, mas que pode levar à morte em sua forma aguda.
Como solução para este problema, existem informações a cerca de manejo de altura de entrada e de saída dos animais na pastagem; fazer com que animais que nunca pastejaram em brachiária sejam submetidos a um processo de adaptação/aprendizado. Deve-se levar em consideração também a indicação de altura de pastejo e do resíduo pós-pastejo para algumas forrageiras tropicais, considerando dois níveis de fertilidade ou de adubação. Sendo assim, a recomendação para braquiária é de 25 cm de altura para entrada dos animais na pastagem e a altura de resíduo pós-pastejo deve seguir a seguinte recomendação: para solos de alta fertilidade esta altura deve ser de 10 cm, enquanto que para solos com média fertilidade, deve ser de 15 cm.
Com o objetivo de evitar ou controlar a intoxicação, outras práticas podem ser utilizadas, dentre elas podemos destacar: colocar à sombra os animais doentes e iniciar tratamento específico, sob orientação de um profissional capacitado; como prevenção, utilizar mistura mineral com teor adequado de zinco; não colocar cordeiros (categoria mais sensível), em pastagem de Brachiaria; manejar corretamente as pastagens, evitando o acúmulo de massa seca em decomposição.
Vale a pena destacar que há tendência dos ovinos adultos adaptarem-se a certos níveis de esporos, observando-se, ao longo do tempo, significativa redução da incidência do problema; trato no cocho com outro tipo de forragem.
De toda forma, cuidados se fazem necessários com o manejo de pastagens para pequenos ruminantes, sob pena de redução nos índices produtivos destes animais.
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