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Jane Rodrigues de Assis Machado, pesquisadora da Embrapa Milho e Sorgo
18/01/2016
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A área cultivada com milho no Rio Grande do Sul foi reduzida mais uma vez, segundo lavamento de safra da Conab passou de 941 mil hectares na safra 2014/15 para 900 mil hectares na safra 2015/16, uma variação de 4,4%. Dentre os vários fatores que contribuíram para essa redução o preço da saca de soja, altos custos com insumos e em alguns casos o atraso na implantação da lavoura, provocado pelas chuvas constantes no Estado durante o período de semeadura, foram os mais significativos, colocando o cultivo de milho em um patamar de alto risco.
Devido ao fato do milho necessitar de uma precipitação média de 400 a 600 mm de água durante o ciclo, o déficit hídrico ou o excesso de chuva em determinadas fases do desenvolvimento podem comprometer a produtividade final. Sendo assim, os grandes volumes de chuva registrados nos últimos meses podem trazer consequências danosas para o milho, principalmente para aqueles que se encontram em fase de pendoamento, pois, a chuva pode lavar o pólen impossibilitando a polinização e fecundação da boneca.
Considerando ainda o excesso de chuvas, outros problemas indiretos que podem ser observados são a falta de luminosidade, que influencia diretamente na produção de biomassa a ser utilizada no enchimento de grãos. Quanto maior a luminosidade, maior a interceptação de radiação que será convertida em fotoassimilados, os quais serão distribuídos na planta para compor o grão. A planta de milho necessita também de temperaturas mais elevadas para o seu desenvolvimento, portanto é possível haver um retardamento no ciclo dessas plantas quando há grande número de dias com nebulosidade e baixas temperaturas.
Os produtores devem ter muito cuidado com controle de plantas daninhas que em época de altas pluviosidades se desenvolvem mais rapidamente, podendo ser necessário a realização de mais aplicações de herbicidas para o controle. Outra preocupação importante, é que essas condições são favoráveis ao aparecimento de doenças, principalmente doenças que podem afetar a espiga e por consequência a qualidade do grão.
Finalmente, para os que fizeram a semeadura do tarde, é preciso atentar para a aplicação do nitrogênio, pois a intensidade das chuvas pode causar a lixiviação do fertilizante, sendo preciso refazer a aplicação de cobertura.
Mesmo com os alertas acima, a expectativa dos produtores é de uma boa safra em 2015/16, um pouco abaixo da produção de 2014/15, mas mantendo um patamar elevado quando comparado com a safra 2013/14.
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