Foi durante a 20ª Reunião Brasileira de Manejo e Conservação do Solo da Água, realizada entre 20 e 24 de novembro, em Foz do Iguaçu (PR), que um trabalho realizado na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP/ESALQ), em parceria com a Unesp Jaboticabal, recebeu o prêmio de melhor trabalho científico da Comissão de Poluição, Remediação do Solo e Recuperação de Áreas Degradadas. O evento foi organizado pela Sociedade Brasileira de Ciência do Solo.
Intitulado "Predição de Cu, Zn e Pb utilizando espectroscopia de reflectância difusa", o estudo desenvolvido no Laboratório de Química do Solo (LQS), do Departamento de Ciência do Solo (LSO) da ESALQ, tem como autores o professor Luís Reynaldo Ferraciú Alleoni, do LSO, e dos pesquisadores Livia Arantes Camargo, José Marques Júnior e Gener Tadeu Pereira, da Unesp Jaboticabal.
De acordo com Alleoni, a determinação dos teores de elementos potencialmente tóxicos (EPTs) nos solos é necessária para avaliação de seus impactos ambientais. Além dos métodos de extração química normalmente usados em laboratórios, o estudo avalia técnicas mais baratas e que gerem menos resíduos, como a espectroscopia de reflectância difusa (ERD). “Entretanto, para validar uma nova técnica como a ERD é preciso realizar análises químicas em um laboratório de referência, assim como é credenciado o LQS da ESALQ, acreditado no INMETRO pela ISO 17025 desde 2012”, destacou o docente. “No laboratório, foram utilizadas a espectrometria de emissão ótica (ICP-OES) e a ERD para obtenção dos teores de cobre (Cu), chumbo (Pb) e zinco (Zn) em amostras de solos do Nordeste do Estado de São Paulo intensamente cultivados com cana-de-açúcar”, explicou o docente.
O pesquisador afirma que os valores foram satisfatoriamente preditos pela espectroscopia de reflectância difusa, principalmente para Cu e Zn. “As técnicas de predição dos elementos potencialmente tóxicos apresentadas no trabalho podem auxiliar na obtenção de informações para fins de avaliações do risco de poluição e quanto às estratégias de remediações com baixo custo-benefício”, concluiu Alleoni.
Os participantes do projeto, que teve apoio da FAPESP e do CNPq, buscam agora adaptações quanto aos preditores e estratégias de calibração dos modelos de predição dos teores de EPTs em solos mineralogicamente diferentes e/ou situados em variados modelos de paisagem.
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