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Sustentabilidade      
Tecnologias limpas favorecem mercado frutícola
Estudo visa estratégias de controle alternativo de doenças na pós-colheita de frutas evitando resíduos químicos
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Da Redação
18/11/2014

Estratégias de controle alternativo de doenças na pós-colheita de frutas, evitando resíduos químicos, principalmente das frutas produzidas na Caatinga, que são, na maioria, exportadas para várias partes do mundo, tem sido estudadas em um projeto desenvolvido na Embrapa Semiárido (Petrolina, PE). Segundo o pesquisador Daniel Terão, existem diversas estratégias alternativas de controle de doenças pós-colheita de frutas que foram avaliadas na pesquisa.

Uma delas é o controle cultural. De acordo com ele, uma vez que a grande maioria dos fitopatógenos que causam doenças na pós-colheita infectam a fruta no campo, o controle deve iniciar ainda na pré-colheita, partindo da escolha da época de plantio e, consequentemente da época de colheita mais adequada, e de praticas culturais, como a eliminação de restos de poda e de outras fontes de inóculo, bem como do uso adubação e irrigação correta e equilibrada para a cultura.

— Existe ainda o controle físico. Estudamos o tratamento hidrotérmico por aspersão, associado a aplicação de baixas doses de luz Ultravioleta-C e o efeito da radiação ionizante. Já no controle biológico, avaliamos vários bioagentes com potencial biocontrolador como diversas espécies de leveduras e bactérias — explica ele.

O pesquisador fala ainda sobre o controle fisiológico, dado pelo uso de desativadores de etileno, que exercem um controle indireto da doença, pelo retardamento no processo de maturação da fruta e de indutores de resistência. A quinta alternativa é o controle com óleos essenciais, onde são testados diversos extratos de plantas e óleos essenciais.

— A ideia é usar os controles alternativos com os melhores resultados para cada cultura, de maneira integrada e não isolada — diz Terão.

A pesquisa foi realizada em culturas da uva, manga e melão. No entanto, o entrevistado afirma que os princípios do novo modelo tecnológico podem ser adequados para qualquer espécie frutífera.

— Nossa pesquisa voltou-se especificamente à busca de alternativas ao uso de fungicidas no tratamento pós-colheita frutas evitando-se os resíduos tóxicos, visando o controle das podridões. Os resultados são bastante específicos para cada patossistema. Existem casos em que os métodos alternativos apresentam controle similar aos fungicidas, bem como casos em que os próprios fungicidas não estavam controlando a doença, em que o método alternativo estudado solucionou o problema. No entanto, como a maioria dos métodos alternativos estudados, não atuam diretamente sobre o agente causal, como os fungicidas, é recomendável a integração de métodos para alcançar resultados semelhantes — conta.

Terão fala ainda sobre os benefícios que essa técnica pode trazer no que diz respeito à expansão do mercado brasileiro. Ele conta que o estudo foi realizado com espécies frutíferas de grande importância na pauta brasileira de exportação de frutas frescas como.

— Nesse mercado, cresce o rigor nas barreiras não alfandegárias, como a diminuição drástica do limite máximo de resíduos tóxicos (LMR) tolerável nos produtos, objetivando em breve, a ausência total deles. Portanto, a eliminação dos resíduos tóxicos é um imperativo econômico e não uma opção. Assim, existe grande demanda por tecnologias limpas que possam ser usadas no tratamento pós-colheita de frutas. Logo a tecnologia beneficiará diretamente os produtores e exportadores de frutas, contribuindo para a sustentabilidade do setor. Repercutirá positivamente, também, no mercado nacional, que está cada vez mais consciente e exigente por alimento saudáveis e livres de contaminantes — garante.

A tecnologia impactará diretamente os produtores e exportadores de frutas frescas, além de toda as atividades ligadas à cadeia produtiva e indiretamente toda a população pela disponibilização de frutas saudáveis, sem contaminantes, assim como o ambiente, pela redução no descarte de resíduos químicos.

— Não estamos tratando de agricultura orgânica e sim de agricultura sustentável, em que o uso correto de fungicidas é permitido. A aplicação correta de fungicidas em determinadas fases da cultura, quando as infecções acontecem, respeitando o período de carência, é importante para obter frutas com menor índice de infecção, com baixo potencial de inóculo na época da colheita e sem resíduos de fungicidas aplicados no campo. Frutas com esse nível de qualidade serão tratadas na pós-colheita com métodos alternativos de controle, que não contaminarão as frutas depois de colhidas, mantendo sua qualidade e produtividade — diz o pesquisador.

Para mais informações, basta entrar em contato com a Embrapa Semiárido através do número (87) 3866-3600.

Reportagem exclusiva originalmente publicada em 11/07/2012

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