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O Ministério da Agricultura vai intensificar as ações contra a mosca-da-carambola - praga que atinge principalmente frutas como manga, goiaba, acerola, caju, tomate e carambola. A partir de agora, como medida preventiva, o estado de Roraima será definido como área de emergência fitossanitária para a execução do Plano de Supressão e Erradicação da praga. “A decisão vai dar maior agilidade aos procedimentos, caso haja reintrodução da praga. Vamos poder enviar mais técnicos para o Estado, adquirir materiais como armadilhas e inseticidas, ou aplicar mais recursos nesta ação”, explica o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Francisco Jardim. A medida foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira, 10 de março, por meio da Instrução Normativa n° 9. Há 45 dias não há foco da mosca em Roraima.
No município de Normandia, estão instaladas 174 armadilhas e, no Brasil, 4.104. Para este ano, estão previstos recursos da ordem de R$ 6 milhões para execução do plano de erradicação da praga no país. A instrução proíbe a saída das frutas de espécies hospedeiras de Roraima para as 26 unidades da federação. Poderão cruzar as fronteiras do estado frutas cítricas (limão, laranja, tangerina) e melancia.
Desde 20 de dezembro de 2010, quando foi detectado o primeiro foco no município, foram vistoriados 9.486 veículos e destruídos 50.000 kg de frutos na região. Além disso, o ministério realizou sete cursos de educação fitossanitária e orientou cerca de 250 pessoas sobre a importância dessas ações no estado. Um curso foi destinado especificamente para lideranças de comunidades indígenas. Em caso de detecção de foco são adotadas medidas de controle, como pulverização, técnica de destruição da mosca, coleta e enterro dos frutos.
Em fevereiro, técnicos do Ministério da Agricultura reuniram-se com representantes dos Estados Unidos e Suriname para discutir um plano emergencial para erradicação da mosca-da-carambola. O encontro foi coordenado pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA). Representantes do Organismo Nacional de Proteção Fitossanitária (ONPF) do Brasil e do ONPF da França irão debater o mesmo tema no dia 16 de março, em Roma, na sede da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO).
Classificação
São consideradas áreas de alto risco para disseminação da mosca-da-carambola: Amapá, Amazonas, Maranhão, Pará e Roraima. Em risco médio estão Acre, Mato Grosso, Piauí, Rondônia, e Tocantins. Os demais estados são considerados como de baixo risco. As principais formas de disseminação são o transporte de frutos contaminados e os locais de comercialização desses produtos.
Saiba Mais
A mosca-da-carambola é originária da Malásia e Indonésia e foi encontrada no Suriname em 1985. Chegou à Guiana Francesa em 1989 e, em 1996, surgiu o primeiro foco no Brasil, no município de Oiapoque, no Amapá. Em 2007, a praga apareceu na fronteira do Amapá com o Pará, mas foi erradicada em 2008. No momento, a mosca pode ser encontrada em Roraima e Amapá, pois esses estados fazem fronteira com a Guiana e Guiana Francesa, onde a praga está presente.
Existem duas armadilhas para capturar esta praga: a Jackson (utilizada para atrair os machos, por meio de atrativo sexual ─ feromônio) e a Mcphail (que chama a atenção das fêmeas, com atrativo alimentar ─ cheiro de goiaba). O ciclo de vida da mosca é de 126 dias. De acordo com normas internacionais, são necessários 180 dias para um foco ser considerado erradicado de um município. (Kelly Beltrão)
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