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Sanidade vegetal  
Ações contra praga da fruta são intensificadas
Em 2011, serão investidos R$ 6 milhões no Programa de Erradicação da Mosca-da-Carambola. Ministério da Agricultura tem 4.015 armadilhas espalhadas no Brasil para detecção
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MAPA
11/02/2011

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento intensificou as ações de controle da mosca-da-carambola, praga que atinge, principalmente, manga, goiaba, acerola, caju, tomate e carambola. Em 2010, foram investidos R$ 3 milhões no programa de erradicação da praga e a expectativa é que, este ano, o valor chegue a R$ 6 milhões. Os recursos serão utilizados na erradicação da praga, monitoramento, capacitação de profissionais, projetos de educação sanitária, implantação de planos de emergência e divulgação do programa.

“Em 2011, a meta é erradicarmos a praga na região sul do Amapá, e em Normandia, no estado de Roraima, além de manter o status sanitário do Pará como livre da mosca“, informa a coordenadora do Programa de Erradicação da Mosca-da-Carambola do Ministério da Agricultura, Maria Júlia Godoy.

Para alcançar esse objetivo, desde 1996 os técnicos do ministério desenvolvem medidas em parceria com os profissionais das Agências de Defesa Agropecuária estaduais. Em Roraima, após ter sido detectado um foco no município de Normandia, em 20 de dezembro de 2010, foi proibido o transporte e a comercialização de frutos hospedeiros dessa região. A medida foi publicada na Portaria N° 94/2010 e abrange o trânsito de Bonfim para outros municípios do estado e de Roraima para os outros 25 estados brasileiros.

No município de Normandia, após um mês de parceria entre o ministério e a Agência de Defesa Agropecuária de Roraima (ADERR) foram vistoriados 1.027 veículos e destruídos 5 mil kg de frutos na região. “Nos últimos dezessete dias não detectamos mais nenhuma mosca nesse município, o que demonstra que as nossas ações estão sendo efetivas”, informa Godoy.

Em janeiro deste ano, o número de armadilhas instaladas na região aumentou de 15 para 154. No país, são 4.015, sendo 2.788 no Amapá, onde o primeiro foco foi encontrado. Esse sistema de detecção da praga permite encontrá-la em território brasileiro de forma rápida para executar as ações de erradicação definidas pelo Ministério da Agricultura.

Segundo Júlia Godoy, depois de instalar as armadilhas nos municípios, caso seja encontrado um foco da praga, são realizadas medidas de controle como pulverização, técnica de destruição dos machos, coleta e enterro dos frutos. Para saber o resultado da ação, é feito o monitoramento diário nos locais considerados de alto risco. “Temos núcleos de educação sanitária no Pará e Amapá. Em fevereiro, serão promovidos três cursos em Roraima para os agentes de saúde e professores dos municípios de Normandia, Bonfim, Boa Vista e representantes das aldeias indígenas da região”, acrescenta Godoy.

A expectativa do Ministério da Agricultura é ampliar o número de multiplicadores de educação sanitária no Pará e Amapá. Hoje, 514 pessoas executam esta ação. “A ideia é que esses profissionais disseminem a importância de proibir o transporte de frutos hospedeiros e de erradicar a praga para  o agronegócio brasileiro”, declara Godoy. Essas medidas contam com o apoio das prefeituras de Normandia e Bonfim.

Nos dias 25 e 26 de fevereiro, técnicos do Ministério da Agricultura reúnem-se com representantes dos governos da Guiana e Suriname, em Macapá, para traçar estratégias de controle da mosca nas regiões de fronteira.

Classificação

As áreas consideradas de alto risco para a disseminação da mosca da carambola são: Amapá, Amazonas, Maranhão, Pará e Roraima. Na zona de risco médio estão: Acre, Mato Grosso, Piauí, Rondônia e Tocantins. Os demais estados estão classificados como de baixo risco. As principais formas de disseminação são o transporte de frutos contaminados e os locais de comercialização desses produtos.

Saiba Mais

A mosca-da-carambola é originária da Malásia e Indonésia e foi encontrada no Suriname em 1985. Chegou à Guiana Francesa em 1989 e, em 1996, surgiu o primeiro foco no Brasil, no município de Oiapoque, no Amapá. Em 2007, a praga apareceu na fronteira do Amapá com o Pará, mas foi erradicada em 2008, no estado. No momento, a mosca pode ser encontrada em Roraima e Amapá, pois esses estados fazem fronteira com a Guiana e Guiana Francesa, onde a praga está presente.

Existem duas armadilhas para capturar a mosca: a Jackson (utilizada para atrair os machos, por meio de atrativo sexual, feronômio) e a Mcphail (que chama a atenção das fêmeas, com atrativo alimentar, cheiro de goiaba). O ciclo de vida da mosca é de 126 dias.

As ações são mais intensas na rota que percorre o município de Santana, no Amapá, até Parintins, no Amazonas (cerca de 1.000 km). Todos esses municípios encontram-se às margens do rio Amazonas. As ações de monitoramento na região paraense são realizadas em parceria com a Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará). Nessa área, estão instaladas 1.210 armadilhas. “Temos um plano de contenção no Amapá, na divisa do Oiapoque com a Guiana Francesa; de erradicação nos municípios do sul do Amapá, que compreende Macapá, Santana e Porto Grande; e de pós-erradicação no Vale do Jari e Monte Dourado, localizados no Pará”, esclarece Godoy. (Kelly Beltrão)
 

 
 
 
 

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