Com o fim da colheita do milho em Mato Grosso do Sul no mês de agosto. Para quem adotou o consórcio milho-braquiária na safra de inverno 2012, tecnologia que proporciona o aumento na produtividade na cultura da soja cultivada em sucessão, já é o momento de planejar a dessecação da forrageira. O produtor rural que fez o consórcio com o objetivo de formar palha e optou pela Brachiaria ruziziensis, terá mais facilidade para dessecar, porque essa espécie necessita de menor quantidade de herbicida, diz o analista da Embrapa Agropecuária, engenheiro agrônomo Gessí Ceccon.
Segundo Ceccon, esse processo depende da época do ano e do estádio de desenvolvimento da braquiária. O ideal é que o agricultor procure fazer a aplicação do herbicida no período em que a umidade relativa do ar esteja próxima a 80% e temperatura abaixo de 30ºC. Além disso, quando as folhas estão novas, e a população de braquiária é menor, a dessecação é mais eficiente. No caso de folhas velhas, se houver o pastejo dos animais na fase anterior à dessecação, o gado consumirá essas folhas, abrindo espaço para rebrota da forrageira, e nesse momento, a dessecação será mais eficiente.
Dessecação proporciona o aumento na produtividade na cultura da soja cultivada em sucessão
Sobre a escolha da braquiária e do método de implantação para o consórcio, Ceccon afirma que esta é uma decisão tomada pelo técnico e pelo agricultor. "A Portaria do Zoneamento Agrícola [nº 24/2012 do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa)> não discute esses critérios. A responsabilidade do sucesso recai sobre a decisão técnica, tendo em vista que a espécie forrageira associada ao método de implantação define se o consórcio será para a formação de pasto permanente, ou de palha para proteção do solo e também de pasto para alimentação de animais", diz.
Para formação de pasto permanente, indica-se uma cultivar de Brachiaria brizantha ou B. decumbens, ou um Panicum, que utilizando "subdoses de herbicida específico para diminuir o crescimento inicial da forrageira e ter boa produtividade do milho, com posterior formação da pastagem". Em caso de produção de palha ou de alimento para os animais, entre a colheita do milho e a semeadura da soja no próximo verão, a indicação é a Brachiaria ruziziensis. "Mas deve ser implantada com mais quantidades de sementes e melhor distribuição na área, para proporcionar maior oferta de pasto após a colheita do milho", explica Ceccon.
Consórcio para formação de palha
A semeadura da braquiária pode ser realizada ao mesmo tempo que a do milho. Para ajustar a população ideal da forrageira consorciada com o grão, são necessárias adequações nas semeadoras. Uma opção muito utilizada na linha intercalar, devido à facilidade de regulagem, e que independe da modalidade de cultivo do milho, é a utilização de caixa adicional exclusiva para a semente de braquiária.
Segundo Ceccon, "o método da linha intercalar possibilita a implantação da braquiária em profundidade adequada (em torno de 4 cm a 6 cm), com menor consumo de sementes, menor competição com o milho e produção de quantidade suficiente de palha para uma boa cobertura do solo."
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