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O setor agrícola, como qualquer setor da economia mundial é dependente de energia, pois toda ação agrícola compreende transformações físicas, químicas e biológicas de materiais, substâncias e componentes, o que demanda energia nas mais diversas formas. Um efeito colateral destas transformações é a geração de resíduos, que em sua maioria são nocivos ao meio ambiente, exceto aqueles que podem ser reciclados, inclusive alguns em processos energéticos, tais como os resíduos vegetais.

Neste contexto uma medida relativa da ação do homem nos processos de transformações energéticas é a pegada ecológica que segundo Scarpa (2012) é uma forma de medir o uso dos recursos naturais do planeta pelo homem e o seu resultado corresponde ao tamanho das áreas produtivas de terra e de mar, necessárias para gerar produtos, bens e serviços que sustentem determinados estilos de vida. Em outras palavras é um tipo de medida da eficiência na conversão energética de nossa civilização.

Segundo WWF-Brasil (2007), para o cálculo da pegada ecológica são levados em consideração: terra bioprodutiva, mar bioprodutivo, terra de energia, terra construída e terra de biodiversidade. A terra bioprodutiva é a área de terra para colheita, pastoreio, corte de madeira, etc. O mar bioprodutivo é a área necessária para pesca. A terra de energia é a área de florestas e mar para absorção de emissões de carbono. Terra construída é a área necessária para construções, casas, estradas, etc. Terra de biodiversidade é a área de terra e água destinada à preservação da biodiversidade. Cada tipo de consumo e utilização dos recursos naturais é convertido por tabelas específicas em uma medida em hectare.

Atualmente a humanidade consome 50% mais recursos do que a Terra é capaz de oferecer e a tendência é de aumento (WWF-Brasil, 2007), os EUA nos atuais índices de consumo tem uma pegada ecológica de 9,6 ha, ou seja para que seja disponibilizado para um norte-americano todos os alimentos, bens e serviços que ele usufrui hoje são necessários quase 10 ha do planeta Terra, isto equivale a necessidade de 5,3 planetas Terra para sustentar os EUA!!! A título de comparação, o Brasil tem uma pegada de 2,1 ha e precisamos de 1,1 planetas Terra para sobrevivermos com nosso atual nível de consumo.

Portanto é imperativo o uso com mais eficiência de nossas fontes de energia tais como o petróleo, energia solar, eólica, biomassa e etc. Pois segundo a ONU (2013) a população mundial é de 7,2 bilhões de pessoas, e toda esta gente precisa de uma pegada ecológica mínima, que hoje é em torno de 1,8 ha. Isto considerando que o aumento populacional pare, o que vai demorar muito ainda.

Este panorama nos leva a uma conclusão direta sobre a sobrevivência do planeta: é essencial que haja uma diminuição da “pegada humana”. O desafio é difícil, pois temos que repensar a forma como o mundo capitalista desenvolve suas atividades.

No entanto alguns passos já estão sendo dados, afinal o uso de energias renováveis principalmente as advindas da agricultura é uma realidade. Mas o ponto chave deste desafio sem dúvida é o uso racional dos recursos naturais, que só será possível quando os fatores econômicos deixarem de ser o único combustível do desenvolvimento e que as pessoas, sociedades e governos comecem a superar o velho dilema: poucos com muito e muitos com pouco.

Referências Bibliográficas
Classificação Nacional de Atividades Econômicas. Disponível aqui. 2013.
FABIANO SCARPA. Pegada ecológica: qual a sua?. Disponível em: www.inpe.br. 2013.

WORLD WIDE FUND FOR NATURE BRASIL. Pegada ecológica: que marcas queremos deixar no planeta?. Disponível aqui. 2012.

Organização das Nacões Unidas. Disponível aqui. 2013.

COP17 - 17ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro da ONU para as Mudanças Climáticas. Disponível aqui. 2013.

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