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Kamila Pitombeira
07/11/2011
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A conservação ambiental, tanto na agricultura, quanto na pecuária, é um tema polêmico que tem sido alvo de debates. Para alguns, a conservação ambiental por parte dos produtores rurais é algo imprescindível. Para outros, levando em consideração alguns fatores históricos, esse é um tema passível de discussão. Segundo José Annes Marinho, gerente de educação da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef) e um dos palestrantes do Fórum Produção, Conservação e Lucratividade, organizado pelo Portal Dia de Campo, no dia 26 de outubro, em Campinas (SP), penalizar o produtor rural e obrigá-lo a recompor áreas devastadas é uma dicotomia, já que na década de 80, o governo incentivava o mesmo produtor a desmatar áreas para produzir. Da mesma forma, ele cita os defensivos agrícolas, que afirma serem menos tóxicos e menos prejudiciais nos dias atuais. Para ele, um dos grandes desafios da agricultura brasileira hoje é se manter nos patamares de produção atuais.
— Acho que, seremos uma peça importante para o mercado no futuro, um país que incomodará outros países. Com isso, sofreremos barreiras fitossanitárias e tarifárias, por exemplo — afirma o gerente.
No entanto, por ser uma agricultura tropical, ele diz que o Brasil está em um processo de crescimento com a preocupação ambiental e social, além do viés econômico. Portanto, para ele, devemos usar esses três parâmetros visando a sustentabilidade em longo prazo.
— No campo, ainda temos uma deficiência de informação, ou seja, a informação demora a chegar. Com isso, os produtores acabam utilizando produtos de uma forma equivocada. Por exemplo, na nossa área, a tecnologia de aplicação ainda é um gargalo enorme. As pessoas ainda não sabem como aplicar o produto — conta.
Para investir no campo educação, Annes explica que a Andef conta com vários projetos na área. Um deles é um curso, ministrado na Universidade Federal de Viçosa, que visa à proteção de plantas e é focado na área de fitossanidade. Já quando o assunto é a sustentabilidade e a conservação ambiental, o entrevistado tem opinião definida.
— Em 1980, tínhamos uma agricultura pobre, de baixa tecnologia e focada no sul do país. Naquela época, o governo incentiva o produtor brasileiro a desmatar. Já hoje, ele é penalizado e obrigado a recompor. Essa é uma dicotomia que eu espero que acabe — afirma.
De acordo com ele, no caso dos defensivos, a história é mais ou menos a mesma. Annes diz que, na década de 70, o Brasil contava com baixas produtividades. Logo depois, surgiu o advento da revolução verde, trazendo novas tecnologias.
— No entanto, hoje, temos produtos até 160 vezes menos tóxicos de alta tecnologia. Além disso, o agricultor não tem contato com esse produto, já que é dissolvido em calda. Já as produtividades, triplicaram — conta.
Para ele, é muito difícil produzir em uma área de 100 hectares, por exemplo, sem o uso de defensivos. Já um produtor que possui de meio a um hectare, pode optar pela agricultura orgânica, onde terá mercado.
— É obvio que também devemos ter cuidado com a forma de aplicar, o momento certo de aplicar, a intensidade do produto, a escolha do melhor produto para determinada praga, monitoramento e manejo integrado, por exemplo — conclui o gerente.
Para mais informações sobre o evento, basta acessar o link http://www.diadecampo.com.br/forumeconomiaverde/.
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